Análise Intermediária - DreadOut


"DreadOut" é um jogo de terror com uma mecânica um tanto quanto inovadora, pois nele você precisa enfrentar os inimigos - espíritos - utilizando a câmera de seu celular de modo a tirar foto deles até que sejam destruídos. Parece algo bem rudimentar a primeira vista, porém realmente conseguiram criar algo legal e repleto de tensão mesmo com a possibilidade de derrotar grande parte dos oponentes com fotos. Apesar de ter uma história muito confusa e quase que incompreensível, o game triunfa sobre a falha no enredo pela sua jogabilidade e pela criatividade dos desenvolvedores nas batalhas, inimigos e cenários.


Pontos Positivos:


-> A jogabilidade é relativamente simples, podendo até mesmo usar um controle de X-box 360. Você tem acesso ao inventário, pode interagir facilmente com portas e objetos, pode iluminar lugares escuros com a lanterna do celular, tem a capacidade de usar a câmera para mirar e repelir fantasmas e assombrações, e é claro pode correr por um certo tempo até cansar por alguns segundos e recarregar a ''stamina''.

-> A mecânica de ''combate'' é inovadora, você precisa localizar e tirar fotos dos fantasmas com o celular ou câmera fotográfica. A grande questão é que conseguiram criar muitas batalhas diferentes utilizando apenas os recursos fotográficos; alguns fantasmas precisam de muitas fotos para serem derrotados, outros só sofrem danos em determinados momentos chaves, ainda têm aqueles que ficam se locomovendo rapidamente de um lado para o outro, tendo você que ser rápido no gatilho e tirar foto no ângulo correto.

-> Existem Bosses que por sua vez exigem de estratégias para serem derrotados, não apenas fotos simples. O grande problema é que fica ainda mais difícil lutar contra um Boss quando você está sob tensão e sente um certo medo de avançar ou de progredir. Por exemplo é algo assustador ter que tirar foto de um fantasma realmente invisível, você precisa localizá-lo conforme os sons e conforme os objetos que ele joga para cima e para os lados, dando a impressão de que são objetos animados de uma casa mal-assombrada; também não é nada fácil ter que olhar em um espelho gigante com a câmera ativa para refletir a imagem do fantasma nele, e depois virar para ele e tirar a foto (sendo que ele é invisível, sendo apenas possível localizá-lo pelo espelho) antes que ele te ataque.

-> A maior arma deste jogo é a sua atmosfera tenebrosa. Por mais que fantasmas sejam assustadores, nada dá mais medo e deixa o jogador mais tenso do que o cenário obscuro e os sons maléficos. O terror psicológico é o mais pesado, principalmente pelas músicas sombrias e pelos efeitos de sons do ambiente, dos barulhos e gemidos dos fantasmas, de passos e objetos batendo contra a parede, tudo coopera para seu medo aumentar a cada minuto.

-> É possível selecionar a fase que você deseja, mesmo que nunca tenha zerado. São três fases subdivididas em várias partes: a primeira é a introdução, curta e rápida; a segunda mostra a chegada à cidade fantasma e a exploração em uma escola em ruínas; a terceira se concentra na batalha contra fantasmas e Bosses e varia muito de cenários. Poder escolher a fase é algo maravilhoso, não estraga na surpresa, como não é possível selecionar a parte da fase, e ajuda a quem não gosta muito de enigmas e obrigação em explorar cada centímetro do cenário a pular para a ação.

-> Os gráficos não são ruins, mas também deixam um pouco a desejar. Eu diria que o gráfico é relativo aos dos primeiros jogos lançados para Ps3 e X-box 360, sim, os pioneiros e menos avançados. É em terceira pessoa, e você controla a protagonista feminina durante toda a trama. Junto com a ambientação sonora que é bem sinistra, o gráfico disponibilizado é o suficiente para te deixar bem tenso.

-> Possui um sistema de conquistas variável. Caso queira completá-lo 100% é provável que precise de um guia, como não basta apenas completar o jogo, mas é preciso realizar diferentes tarefas como tirar fotos de várias coisas inesperadas e escondidas, etc.

-> O jogo tem dois finais diferentes, sendo que um checkpoint é dado no momento da escolha. Para não sofrer penalidades e desbloquear ambas as conquistas, é recomendável primeiro fazer o final fácil, que é fugindo do local, para depois fazer o final difícil, que desbloqueia uma batalha final extra, bem divertida e assombrosa.


Pontos Negativos:


-> Para quem busca um terror pesado, este título pode acabar decepcionando, pois apesar de ter uma atmosfera muito boa, ele não é um jogo com muitos sustos e nem com muitas perseguições. Pode-se dizer que com relação a perseguição só há um total de 5-10 minutos durante todo o jogo, e com relação aos sustos ocorrem raramente ao perder o fantasma de vista e encontrá-lo novamente ao virar para trás bem como em alguns ''replays'' que acontecem durante a história.

-> O enredo é inexplicável. Procurei entender até na Wiki relacionada ao jogo, e até lá disseram que mesmo zerando o jogo mais de uma vez, você ainda vai permanecer com vários pontos de interrogações na cabeça, como não há respostas para praticamente todas as perguntas introduzidas no decorrer da trama, restando apenas imaginar hipóteses sobre isso e aquilo, mas nada concreto.

-> É muito chato ter que andar até a luz que representa o ''try again'' toda vez que morrer, perdendo pelo menos 2 minutos a cada retorno ao checkpoint em caso de falha. É um grande incentivo para fazermos de tudo para não perdermos a luta.

-> A seleção de fases pode em muitos casos, literalmente salvar o jogo de impacientes. Falo isso por experiência própria, como a segunda fase é extremamente cansativa e degradante. Perdi cerca de uma ou duas horas nela, desistindo e pulando para a terceira (que dura cerca de quatro horas), que é muito mais legal e salvou o jogo da minha desistência total. O ponto negativo neste caso é a própria Act 1 (segunda fase), apenas para aqueles que não gostam de ter que olhar cada pedacinho do mapa e ter que passar no mesmo lugar várias vezes, coletando objetos perdidos e andando em círculos até desbloquear um pequeno fragmento do progresso, que vai te custar mais vários minutos explorando o mesmo lugar novamente. É muito chato.

-> Mesmo na Act 2 (terceira fase) e na Act 0 (primeira fase) há muitos momentos em que você fica sem saber o que fazer. É como se os desenvolvedores quisessem que você magicamente pensasse da mesma maneira que eles pensaram ao desenhar o enigma da fase. Raramente é algo lógico e que exige raciocínio; na maior parte você precisa na sorte descobrir o que fazer, para onde ir, com qual objeto interagir, o que torna um sacrifício jogar sem acompanhar um guia ou vídeo.




Em suma, "DreadOut" possui uma jogabilidade tranquila e uma mecânica de combate inovadora, na qual você usa a câmera para derrotar fantasmas de diferentes maneiras, mas usando da fotografia sua aliada. Ele não apresenta muitos sustos ou perseguições, pode-se dizer que é mais voltado para o terror psicológico, principalmente pela boa atmosfera construída em diversos cenários. É possível selecionar a fase que deseja jogar, dando oportunidade de pular aquela que parecer mais chata e maçante. Ainda assim, a maior parte do jogo segue o padrão de sorte em encontrar o caminho/descobrir o que fazer, sendo altamente recomendado acompanhar um guia ou vídeo. Não há muita lógica na progressão do nível, e muito menos com relação ao enredo, que é tão lastimável quanto as duas possíveis conclusões. Clique aqui para ver a Página da Loja.



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