Análise Intermediária - Dead Space


"Dead Space" é praticamente um clássico de terror de sobrevivência, bem como psicológico, não somente pela munição relativamente escassa, ou pela ambientação sinistra, mas sim por combinar dois pesadelos de uma só vez: aliens e zumbis, transformados em monstros horripilantes que vão te assombrar (e tentar te devorar) enquanto você busca uma saída de uma nave abandonada no meio do espaço em um universo apocalíptico. Você sem dúvidas vai levar muitos sustos enquanto joga, mas também vai se divertir explodindo a cabeça de inimigos tenebrosos e realizando diferentes atividades em gravidade zero.



→ Sobre o Enredo


Este é um jogo rico em história, apesar de não construir a trama por completo de forma prática e cinegráfica, muita coisa pode ser absorvida durante os diálogos e através de vários elementos escondidos no cenário (itens coletáveis). De modo geral, a história se passa em 2508, quando a Terra está quase em um evento de extinção pelo abuso dos recursos e falta de reposição dos mesmos, trazendo como única esperança para a humanidade a exploração de novos recursos e matéria-prima em outros planetas. Em determinado momento, uma das naves mais conceituadas da empresa de extração (CEC), nomeada USG Ishimura, envia um sinal de perigo e passa a ser investigada pela USG Kellion, cujo protagonista Isaac Clarke atua como engenheiro da tripulação, adentrando com sua equipe dentro da nave de mineração, que inicialmente parece abandonada, para descobrir que a verdadeira ameaça estava muito além da imaginação humana, expondo a todos um pequeno mundo de horrores onde a vida e a morte podem estar separadas por uma simples porta de metal (jogo indisponível em português).



→ Sobre a Jogabilidade


Basicamente o jogador precisa abrir caminho em uma nave infestada de criaturas alienígenas nomeadas de "Necromorphs" dispondo de diferentes armas e armaduras. A visão é em terceira pessoa, tendo certa semelhança com "Gears of War" e "Evil Within" neste sentido. A grande jogada foi criar uma interface realística, que não ''suja'' a tela com HUD e é própria para Screenshots, principalmente. Você pode ver a vida que lhe resta na própria armadura de Isaac, exibida por barrinhas azuis nas costas, bem como pode checar a munição e muitos outros detalhes em hologramas ativos dentro do jogo; o caminho a ser seguido também pode ser sempre observado conforme a vontade do jogador, gerando uma linha azul que o guia pelo local correto. A armadura é bem fechada, afinal em muitas partes do jogo você vai poder ficar em gravidade zero, pulando de um lado para o outro como desejar e tendo todos os sons abafados pelo vácuo. O combate é complexo, já que os oponentes exigem vários tiros para serem mortos e possuem uma inteligência artificial avançada. A munição em alguns momentos se torna rara, mas tudo pode ser comprado em computadores específicos em alguns pontos chaves da nave, sendo este o mesmo método utilizado para salvar o progresso. Outro ponto único - e essencial - é poder usar o Stasis, sendo que este deixa qualquer monstro ou objeto em velocidade lenta por um tempo, permitindo atirar com cautela ou utilizar os punhos como armas sem sofrer danos significativos.



→ Sobre a Campanha


O jogo possui doze fases, durando um tempo variável entre 15-20 horas para ser completo. Ele é bastante voltado para o combate, e acaba por se tornar repetitivo no decorrer do tempo. Aspectos que influenciaram negativamente sobre o jogo foram: a longa duração, que pode ocasionar a desistência de muitos, a repetição frequente de cenários e salas (como é uma nave, é repleta de lugares parecidos), os inimigos em excesso, os enigmas que giram em torno das mesmas bases. Tudo isso é muito relativo, depende o quanto você gostar da ideia e jogabilidade apresentadas. Os responsáveis por turbinar o game e deixá-lo mais interessante e dinâmico são: os sustos e cenas inesperadas, a ambientação e atmosfera de terror, os momentos exóticos da aventura. Os tais momentos variam muito, mas incluem três Bosses gigantes diferentes, a possibilidade de controlar uma arma da nave para destruir asteroides que surgem de todos os cantos, enigmas criativos em gravidade zero ou que necessitam do manuseio do tempo para serem resolvidos.



→ Sobre os Monstros


São vários inimigos horripilantes a serem enfrentados dentro de uma nave que parece infinita. O mais notável é a inteligência artificial de cada oponente (ainda mais considerando que o jogo foi lançado em 2008), pois todos eles possuem capacidades intrigantes: podem criar armadilhas adentrando pela parte interna da nave de modo a dar toda uma volta e sair logo atrás de você (quando menos imaginar), podem pular e ''nadar'' atrás de você em batalhas épicas no vácuo, são rápidos e atacam de modo ágil e imprevisível - ataques surpresas são comuns. Com relação à aparência, bem... São terríveis! Todos são uma mistura humanoide com zumbiismo e partes alienígenas. Entre os vários existentes é possível destacar o slasher, um corpo humano com 'braços' longos e com lâminas nas mãos; o lurker, bebê humano mutante com espécies de tentáculos com lâminas afiadas; a grávida, que quando morta libera vários necromorphs de sua barriga inchada; e os dividers, figuras altas que podem ser quebradas em formas menores de monstruosidades.



→ Sobre o Terror


A parte mais importante em "Dead Space" pode ser dividida em várias características, porém uma delas - a mais importante e destacável de todas - foi a mais trabalhada e responsável pelos sustos, o elemento do imprevisto. Exatamente, o que mais surpreende é quando o inesperado acontece, tal como um tentáculo gigante tentar te capturar, um alien aparecer do submundo, um tripulante antigo da nave ser encontrado agindo como um maluco, etc. Este é o brilho principal do jogo, e é executado de maneira magnífica. Além de muitas cenas relativamente pesadas e sustos de muita tensão, o próprio combate se torna fruto do imprevisto, pois como foi dito a inteligência artificial é avançada neste sentido: os monstros são rápidos, podem surgir do nada, entram por lugares inacessíveis e reaparecem estourando parte da parede, tudo coopera para que o jogador nunca fique tranquilo, mas sempre fique esperando por algo e ainda assim receba um susto bem dado pelo ''algo'' ter sido diferente do que o esperado. Apesar da repetição, o jogo consegue se reciclar e consegue trazer dinamismo pelos momentos únicos de imprevisão. É claro que nada disso seria possível sem uma boa atmosfera. Os sons são imersivos, alguns inexplicáveis, outros claramente reconhecidos como o gemido de alguma criatura horrível... A música controla a tensão, geralmente aumentando-a o máximo possível... Os cenários (embora pouco diferenciados) são obscuros, repletos de sangue e corpos, mas não escuros. Falharam bastante na iluminação, o jogo é praticamente todo claro, até configurando para ficar o mais apagado possível. Nesse sentido, nem se compara com o seu sucessor, que possui momentos no total breu, atirando em monstros sem nem mesmo enxergá-los.



→ Considerações Finais


Sem dúvidas "Dead Space" é uma opção mais que válida para fãs de jogos de terror e de sobrevivência. A dificuldade pode ser escolhida conforme a vontade do jogador, desde o iniciante armado até o suicida sem munição. Embora possa parecer enjoativo, isso depende muito de você e de como você vai reagir ao jogo. Se ele realmente chamar sua atenção e te capturar como um peixe, então obviamente você vai querer aproveitar cada minuto e não se arrependerá disso, mas se ele não demonstrar o brilho e o potencial que você esperava que ele tivesse, então pode acabar sendo decepcionante passar horas caminhando por lugares um tanto quanto parecidos enfrentando vários monstros com pausas apenas para enigmas cansativos. Cada um pode reagir de uma maneira diferente, mas em todo caso o terror é garantido. Clique aqui para ver a página da Loja.



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